Sunday, September 23, 2012

SUBENTENDIDO

Se eu não digo, dá a entender que não sinto.
Se eu digo, entende-se que sou muito sentimental.
Para provar que eu sinto tenho que fazer algo irracional?
Sentimento é para ser sentido.
Não é algo tão efusivo, que te deixa fora do normal.
Por mim ficava tudo subentendido.
É por isso que sentimento, hoje, é tão banal.

Thursday, September 13, 2012

CÂMERA OU OLHAR

"Sempre tive vontade de fotografar."
                                               
                                                                    "Por que não fotografa?"   

"Não tenho uma câmera profissional, sabe?"

                             MAS QUEM É O REAL RESPONSÁVEL PELA FOTOGRAFIA?
                                 O TIPO DA CÂMERA OU O OLHAR DO FOTÓGRAFO?

Há quem diga que as câmeras compactas limitam a "ousadia" (no bom sentindo, rsrsrs) na fotografia, porém venho enfraquecendo esta ideia de uns tempos para cá. 

Fui acompanhar minhas amigas Manuh e Naiane, no final de tarde de um domingo na Beira Mar, para tirar umas fotos da pequena Júlia, que estaria por vir naquela semana. 

Sai sem a minha câmera, pois, estava ali para bater-papo, descontrair, rir... 

Chegamos na praia e então Manuh falou: "- Ah Drita, aproveita que você está aqui e tira uma fotos de Júlia."
Lembrei a ela que não estava com a minha máquina e a mesma retrucou: "não tem problema usa essa mesmo". 

Por um momento recordei do meu presente de 15 anos, a minha primeira câmera digital, com apenas 5 megapixels (naquele tempo, até parece que tem "muuuito tempo", dava-se maior importância de que quanto maior o megapixel, melhor era a qualidade da câmera) era uma compacta da Olympus, com uma LCD pequenininha.

Voltando a história, ela tinha me dado uma câmera compacta Kodak, de início achei que não sairia nada mais que algumas fotos normais para o álbum de fotografia, porém, vocês sabem como é, né? Quando se faz o que gosta, faz da melhor forma e não importa o tipo de ferramenta que tenha. 

E resultado, acabei me superando.

Não me prendi a ISO, velocidade de obturador, abertura do diafragma e nem profundidade de campo, naquele momento só queria capturar ao máximo uma única coisa: a sensação de ser mãe.

As fotos ficaram tão boas que mais tarde pensei: será que se estivesse com a minha máquina eu estaria menos preocupada com o momento e mais preocupada com elementos técnicos que compõem a fotografia?

Então volto a me questionar: a câmera ou o olhar?